Geral - 01/06/2009

RPPS - Regime Próprio de Previdência Social - IPREM

Na matéria "Você seria professor de escola pública?" (Folha de S. Paulo, 31/05/2009, C18), o colunista Gilberto Dimenstein enumera os obstáculos que desestimulam a maior procura pelo trabalho na escola pública. Registra que a baixa remuneração constitui-se em gigantesco obstáculo, mas não o pior.

No entanto, aparentemente negligenciando o poder de irradiação das suas informações no imaginário da população, omite o necessário registro de que o atual professor da rede pública, via de regra, detém boa formação para o exercício da docência e sua qualificação só não se amplia pela resistência das autoridades governamentais em regulamentar a sua participação em cursos de especialização e pós-graduação.

E o mais grave, no seu indefectível P.S., investe gratuitamente contra os professores municipais da Capital e suas entidades representativas, insinuando (equivocadamente) que os mesmos "...ganharam aumentos salariais..." e que "a nota dos alunos das 5a e 8a séries não acompanhou o movimento".

Esclarecimentos ao sr. Dimenstein e à população:

Os professores municipais como, destarte, todo o funcionalismo municipal, não tiveram aumentos salariais. Aos valorosos Profissionais de Educação da Cidade de São Paulo foi assegurada, após acirrada negociação, a incorporação parcial aos salários de gratificações instituídas em 2006, para escamotear a não concessão das reposições salariais anuais legalmente previstas para os servidores ativos e aposentados.

Com essa assertiva, o colunista desconstrói o pretenso mérito da sua matéria, ao não destacar (contraditoriamente) que é o conjunto de obstáculos apontados que prejudica a melhoria qualitativa do ensino, inclusive na Rede Municipal de Ensino.

PS- A sistemática defesa de interesses do 3o setor, pelo mencionado colunista, é criticamente acompanhada por nós, e talvez explique a avidez com que investe contra a organização dos Profissionais de Educação em carreiras.

Abalar (subliminarmente) essa organização, visando a ampliação da terceirização dos serviços públicos essenciais, com a sua entrega às OSs, ONGs,... pode ser um dos objetivos da matéria. A APROFEM continuará na luta em defesa dos interesses dos Profissionais de Educação, em todas as instâncias possíveis.