Geral - 29/03/2012
Editorial Jornal APROFEM - Julho/Agosto 2012
"Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchandoE ela inda está sambando.........Ela não vê que toda gente, já está sofrendo normalmenteToda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida"Ela desatinou - Chico Buarque de Hollanda
Quase às vésperas das eleições municipais, o nosso prefeito demonstra desatino em relação às demandas dos servidores públicos da Capital. A imprensa noticia, diariamente, o empenho do alcaide em consolidar as alianças políticas envolvendo o seu novo partido, quer em São Paulo, quer fora daqui. Instado a avaliar a sua gestão, de todos debochou atribuindo-se a nota máxima (dez).
Enquanto isso, o funcionalismo municipal da Capital é obrigado a assistir o envio, para a Câmara Municipal, de mais um Projeto de Lei, afrontoso ao propor reajustes anuais de 0,01% (um centésimo por cento!) para 2011 e 2012. A APROFEM mobilizou-se, acionou seus filiados, manteve-se em permanente vigília junto à Câmara Municipal e, provavelmente por tudo isso, o fatídico projeto não foi aprovado até os vereadores entrarem em recesso.
Não há qualquer garantia de que a Entidade consiga sensibilizar o Executivo e o Legislativo para que se conceda um reajuste emergencial de 15% (pelo menos) até o fim dessa melancólica gestão. Tampouco espera-se a concretização da prometida instalação de um Grupo de Trabalho, em tempo hábil para analisar e propor alterações na legislação salarial municipal, capazes de proporcionar alguma esperança e alento aos indignados servidores.
Por tudo isso, os Representantes Sindicais da APROFEM autorizaram o protocolo de uma representação junto ao Ministério Público contra o atual prefeito e que poderá reportar-se às gestões anteriores que, sucessivamente, afrontaram as Constituições Federal e Municipal (Lei Orgânica) ao propor e aprovar reajustes de 0,1% e 0,01%, desde 2003. Algumas outras entidades representativas demonstraram interesse em juntar-se à APROFEM nesse desafio que, para além de um questionamento por improbidade administrativa, pretende sensibilizar o Ministério Público e obter na Justiça, para os servidores municipais, aquilo que lhes é de direito e que o citado desatino até aqui impediu que nos fosse concedido institucionalmente.
(*) Desatino - Falta de tino, insensatez - Dicionário Escolar da Língua Portuguesa - Academia Brasileira de Letras