ÁREA DO
FILIADO
Geral - 25/08/2017
O médico geneticista e pediatra, Dr Zan Mustacchi, iniciou este segundo e último dia do XX Congresso APROFEM com a palestra "Tocando no Futuro Ensinando Genética". Ele caminhou pela plateia enquanto explicava sobre genética, o funcionamento do cérebro e como este conhecimento pode ser útil para os educadores.
Seguindo a programação, a Prof.a Ms. Fabrícia Helena Rezeck de Biaso S. Campos apresentou o tema "As contribuições da Neurociência no encantamento do Processo Educativo", onde neurociência é a ciência que estuda o cérebro e visa desvendar o funcionamento do cérebro.
Entender como é que uma criança específica se desenvolve em termos cerebrais, como o cérebro dela funciona e por que algumas vezes não funciona. Os princípios básicos da neurociência nos ajudam a entender e, com isso, é possível trabalhar e ter melhores resultados com cada um.
Ela explicou da importância em perceber o aluno como sujeito único, que tem sua singularidade dentro da pluralidade da sala de aula. Cada um tem sua forma especifica de entendimento, comunicação e expressão.
Para encerrar a manhã, o Maestro João Carlos Martins encantou e divertiu os presentes contando um pouco da sua história e divulgou o filme "João", que já é sucesso em todo Brasil. Ele enfatizou que cultura e educação andam juntas e que os congressistas presentes são peças-chave no futuro do país. Não há como não se emocionar ao vê-lo tocar piano, depois de conhecer a sua obstinação, sofrimento e persistência para não desistir do seu sonho.
Na parte da tarde, o tema "Abuso sexual contra crianças e adolescentes: uma visão interdisciplinar" foi abordado, em seus aspectos jurídicos, pelo Prof. Dr. Claudio Hortêncio da Costa.
Por fim, o Dr. Rossandro Klinjey encerrou o ciclo de palestras de maneira brilhante, prendendo a atenção de todos do início ao fim com seu bom humor e excelente domínio do assunto.
Ressaltou que a família precisa cumprir o seu papel na educação e valores com as crianças, para que os educadores possam cumprir o seu. Mas, lembrou que os professores não são meros repassadores de conteúdo - "isso o Youtube pode fazer" - pois nada substitui o relacionamento humano.
O olhar que lançamos pode fazer o aluno se sentir incluído ou excluído. Além de entregar o conteúdo, temos que acolher a dor do outro. Mais importante: não ser o agente da dor do outro.
A "turma do fundão" senta lá porque se identifica com uma posição de exclusão. É como uma "autocondenação". Essas crianças e jovens ouvem o tempo todo (inclusive de quem deveria apoiá-los - seus pais): "você pensa que é o quê, seu moleque", "você não presta pra nada" entre tantas outras frases que marcam como se não pudessem ser capazes ou melhores.
Contou muitos casos da sua infância e adolescência para demonstrar o tanto que rótulo é um perigo. Que funciona como "profecias", um carimbo que determina a pessoa. E pessoas não são rótulos. Que precisamos tomar muito cuidado com isso.
Instigou uma reflexão: "o que seria de nós sem os professores que tivemos? Sem os pais que tivemos?", lembrando que podemos fazer a diferença na vida de pelo menos um aluno de uma determinada turma. Que uma abordagem de empatia, compaixão, uma abordagem diferente pode determinar ou influenciar o futuro desta criança.