Geral - 12/08/2016
"Ao cair a tarde, vi que Deus veio assentar-se perto do fogão de lenha de minha casa.
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça e buscou um copo de água num pote de barro que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de homem feliz, realizado. Parecia imerso na alegria que é própria de quem cumpriu a cena do dia e que agora recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
Eu olhava e pensava como é bom ter Deus dentro de casa, como é bom viver esta hora de vida em que tenho o direito de ter um Deus só pra mim, cair em seus braços, bagunçar-lhe os cabelos, puxar a caneta de seu bolso e pedir que ele desenhasse um relógio bem bonito no meu braço.
Mas aquele homem não era Deus. Aquele homem era o meu pai . E foi assim que descobri que o meu pai, com seu jeito finito de ser deus, revelava-me Deus com seu jeito infinito de ser homem."
Por: Padre Fábio de Melo