Geral - 19/10/2020

A ilogicidade do retorno às aulas

Notícia publicada na Edição Setembro/Outubro 2020 do Jornal APROFEM

O posicionamento da APROFEM contrário à retomada das atividades docentes presenciais na Rede Municipal de Ensino ainda este ano e até que restem asseguradas as medidas de segurança que protejam os Profissionais de Educação, alunos e familiares da contaminação pela COVID-19, tem sido exaustivamente reiterado e já é de domínio público.

O Decreto Municipal editado em setembro, que trouxe a regulamentação das atividades da Educação, faz referência à edição de norma específica para a retomada das aulas regulares, e que não poderá ocorrer antes do dia 3 de novembro. Ainda assim, condicionada à "permanência da curva de expressiva redução de mortes, infecção e transmissão".

A Prefeitura resolveu promover um censo sorológico com alunos e Profissionais de Educação, acenando para a sua relevância na decisão pela retomada ou não das aulas regulares: quantificação de imunizações, potencial de contaminações etc. No fechamento desta edição, foi anunciado o adiamento, pela Prefeitura, da decisão pelo retorno das Redes pública e privada - previsto para 03 de novembro; fruto da divulgação parcial dos resultados do censo sorológico, com dados preocupantes.

A expectativa da Entidade é pelo abandono da hipótese da retomada ainda este ano e pela garantia das férias escolares em janeiro, não só em decorrência dos resultados transparentes do mencionado censo sorológico, como por outras razões de ordem prática, dentre elas:

- inexistência de efetividade da prática da ação educativa, inclusive pela previsão de reduzido número de alunos interessados;

- possível efeito inverso na proposta da prática de acolhimento, já que a incerteza e a preocupação com a contaminação somar-se-ão aos outros sentimentos oriundos do intrincado período de quarentena;

- a própria ocasião, posto que o ano encontra-se já nos seus estertores e, ainda, com as eleições municipais para tumultuar ainda mais a situação.

Tais considerações, que poderiam estender-se por páginas, demonstram quão carente de lógica (e até de prudência!) pode se revestir a decisão política de antecipar o retorno às aulas.


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