_{Notícia publicada em 06/11/2018}

Desde que surgiram as primeiras notícias sobre esse tema a APROFEM se posicionou contrariamente a essa ideia e o vem fazendo até hoje, em defesa da liberdade de trabalho dos professores. De fato, através dos nossos meios de divulgação (ex: Jornal APROFEM Jul/Ago de 2016, página 6) já explicitamos nosso inamovível posicionamento.

Nas ocorrências mais recentes envolvendo políticos recém-eleitos a própria divulgação de posturas equivocadas de patrulhamento ideológico já veio acompanhada de várias manifestações de personalidades da Educação em defesa da liberdade de cátedra e pedindo providências enérgicas aplicáveis contra essas declarações absurdas.

Declarações e posturas que não foram poucas: a defesa da Escola sem Partido e o combate às discussões de gênero foram bandeiras eleitorais do presidente eleito e dos demais que, mais por oportunismo que por convicção, seguiram na mesma trilha.

A APROFEM, sistematicamente perquirida acerca de seu posicionamento sobre o tema por educadores contrários (grande maioria) e a favor (sim, a favor!) da Escola sem Partido, procura esclarecer seu entendimento de que esses temas devem ser tratados no âmbito dos Projetos Político Pedagógicos das UEs, com o envolvimento dos professores e demais educadores, juntamente com os pais e responsáveis, tendo como pano de fundo a liberdade de cátedra.

Discutir o estabelecimento de leis (federais, estaduais, municipais) que estabeleçam uma pretensa "neutralidade" a ser mantida pelos professores, sob pena de sanções, soa inadmissível pela subjetividade dos critérios que diferenciam o esperado debate plural da indesejada doutrinação.

Sob o pretexto de desideologizar a educação, essa legislação levaria a ideologização a posicionamentos radicais, no seu extremo oposto.

"Quando falamos em aprendizagem, não estamos só falando em Língua Portuguesa, Ciências e Matemática. Ao lado de universalizar a aprendizagem nesses campos do conhecimento, também fazem parte da formação escolar o preparo para a vida, a cidadania e o mundo do trabalho e a consolidação de competências essenciais num ambiente cada vez mais diverso, complexo e desafiador, em que essas crianças e esses jovens já vivem. Assegurar um ambiente escolar acolhedor, respeitoso com as múltiplas diversidades e que seja de confiança, para que cada aluno, professor e profissional da educação se sinta protegido para expressar suas opiniões, seus projetos de vida, aspirações, ideias e ideais, é aspecto fundamental para a formação para o século 21, para a convivência democrática e para uma vida produtiva."

Sugerimos que os professores também encaminhem mensagens de protesto aos deputados federais e senadores pedindo a retirada do PL da pauta de discussão do Congresso (consulte os endereços eletrônicos no Portal APROFEM em Área Restrita/Restrito/Vida Funcional/Listas de Parlamentares).