Geral - 18/01/2019

As coisas ainda podem piorar

Notícia publicada na Edição Janeiro/Fevereiro 2019 do Jornal APROFEM


Graças ao descumprimento do compromisso explícito do prefeito eleito, de cumprimento integral do mandato, ocorreu a até então pouco provável ascensão do seu vice à condição de prefeito com mandato até dezembro de 2020.

A manchete "Covas demite secretários em troca de apoio político, de olho na reeleição de 2020" (Folha de S.Paulo, 08/01/2019) é emblemática. Pelas suas declarações e atos, o atual prefeito revela-se adepto da carcomida e censurável política do "toma lá, dá cá" e de divulgação de realizações questionáveis, em detrimento da esperada postura de assegurar o melhor atendimento à população, que passa pelo reconhecimento e valorização dos servidores públicos municipais.

Dentre as estratégias para cooptar os eleitores, aliados do prefeito acenam com a publicização de que ele "deverá se consolidar como aquele que deu estabilidade econômica à cidade com a reforma da previdência...", deslavada inverdade que, entretanto, não será revertida com ineficazes e onerosas inserções de alguns segundos nas mídias, na tentativa de esclarecer a população.

"Na semana passada, por exemplo, o prefeito fez uma série de nomeações políticas e até relançou regras sobre aplicativo de transporte, em acenos para aliados e também para contemplar membros de partidos que ajudaram na aprovação da reforma da Previdência Municipal no final do ano passado". A esse trecho da matéria, agregamos a informação de que os vereadores da Capital terão uma majoração de 33% no valor de suas emendas para 2019, em relação a 2018.

Para bancar tudo isso e atender a tantos outros interesses, também foram majoradas as passagens de ônibus (7,5%) e de IPTU (3,5%), além dos recursos confiscados dos servidores (ver matéria "Previdência Municipal"), concessões e vendas de equipamentos públicos e alterações onerosas na lei de zoneamento.

Prosseguindo com a sua estratégia política por nós repudiada, o DOC de 08/01/2019 trouxe demissões e algumas realocações de secretários e assessores, "com o objetivo de fortalecer o apoio político de diferentes partidos para o restante da sua gestão e também preparar terreno já de olho na campanha à reeleição do ano que vem". A principal mudança foi a saída do Secretário Municipal de Educação, Alexandre Scheneider, substituído por João Cury Neto, ex-Secretário Estadual de Educação da gestão anterior.

Tudo indica que as manobras eleitoreiras e partidárias continuarão. Caberá às Entidades Representativas demonstrar o indispensável compromisso corporativo com os seus representados e, a esses, não admitir servirem de massa de manobra para interesses pessoais, partidários ou ideológicos de qualquer matriz.

A APROFEM resistirá, atuando com transparência e isenção na busca do diálogo e da negociação, e propondo alternativas eficazes para o esclarecimento e desalienação da população.


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