Geral - 26/07/2018
Editorial Jornal APROFEM - Julho/Agosto 2018
Os servidores públicos municipais da Capital protagonizaram, no semestre passado, uma mobilização histórica de resistência que repercutiu por todo o Brasil e, também, internacionalmente. Servidores ativos e aposentados de diversos Quadros da Prefeitura, majoritariamente Profissionais de Educação, paralisaram suas atividades e mobilizaram suas comunidades para demonstrar os riscos contidos na Reforma da Previdência Municipal/SAMPAPREV/IPREM intentada pela gestão Dória.
Liderados pelas Entidades Representativas que integram o Fórum de Entidades coordenado pela APROFEM, atos com mais de cem mil servidores demonstraram que a unidade da categoria é a forma mais eficaz de enfrentar a insensibilidade e o descompromisso recorrentes dos governantes, no trato com os assuntos de interesse de seus servidores.
Foi assim que conquistamos um estratégico adiamento da tramitação do PL nº 621/2016, junto à Câmara Municipal, desarticulando o rolo compressor de pressões e contrapressões que caracteriza o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo municipais. Aspectos conjunturais evidenciam que dificilmente a temática contida no referido PL será retomada antes da definição do que acontecerá com a Reforma da Previdência Geral, em Brasília, provavelmente já na gestão do(a) Presidente que emergir das eleições que se avizinham, e dos senadores e deputados federais também ali escolhidos (oxalá, numa demonstração de grande renovação decorrente da consciência de milhões de eleitores escaldados com tanta imoralidade e irresponsabilidade).
Com o abandono dos destinos da Capital pelo prefeito eleito, seu sucessor assumiu com o mesmo discurso de imputar aos servidores a responsabilidade histórica pelas mazelas que resultaram no anunciado (e não provado) desequilíbrio das contas municipais. Disposto a prejudicar ainda mais os seus servidores, o atual Prefeito insiste junto à Câmara Municipal para que a anunciada Comissão, que deverá analisar o PL nº 621/2016, seja, afinal, constituída. Se assim o for, lutaremos para dela fazer parte em defesa dos nossos interesses.
Os fatos parecem demonstrar estar em curso uma estratégia de tentativa de desarticulação da unidade dentre os servidores por parte de interlocutores do Governo, decorrente da nossa atuação pela harmonização possível das relações entre as lideranças sindicais. A não reativação das Mesas de Negociação e a tendenciosidade representada pelo não atendimento aos documentados apelos da APROFEM, solicitando a oportunidade de tratar inúmeras demandas emergenciais dos servidores, enquanto outros dizem ter sido ouvidos, numa afronta à salutar e esperada equidade de tratamento, refletem essa estratégia.
Se a tentativa for, de fato, a de instaurar o divisionismo para enfraquecer, o efeito oposto só dependerá da atenção e do senso crítico da massa de servidores municipais, cansados de ter suas conquistas ameaçadas por injunções político-partidárias óbvias e explícitas. A APROFEM, apartidária e independente, continuará exercendo a sua reconhecida liderança e pugnando pela mobilização e união dos servidores municipais, mantendo-os informados frente à dinâmica dos fatos e neutralizando as manobras que visam favorecer interesses pessoais e de grupos, em prejuízo do conjunto do funcionalismo municipal.
Prof. Ismael Nery Palhares Junior - Presidente