Geral - 30/11/2021
Notícia publicada em 30/11/2021
Daniel Munduruku foi o primeiro palestrante no XXIV Congresso APROFEM e nos trouxe um pouco da sabedoria indígena e dos contos cheios de ensinamentos que ouvia de seu avô Apolinário.
O povo Munduruku está presente em três estados brasileiros: Amazonas, Mato Grosso e Pará e, calcula-se, que existam há mais de 3 mil anos! São um povo de tradição nômade, com uma visão de mundo diferente. E uma dessas visões é que estamos "de passagem", portanto sem apego aos locais, pois consideram que todos os espaços são sagrados. Há uma relação com a terra, um olhar para a natureza de forma sagrada.
E Daniel discorreu sobre a diferença da relação com o tempo dos "ocidentais" e dos "indígenas". O tempo indígena é o tempo da natureza, que é cíclica, é sistêmica, não vive sozinha.
A natureza não dá saltos, não se apressa e este é o ensinamento: não apressar as fases. Uma criança precisa ser criança. Plenamente criança. Um adolescente precisa ser adolescente, viver intensamente este seu momento. Para amadurecer e chegar na vida adulta com equilíbrio.
E, então, a fase "dos avós", que são os guardiões da memória. São os educadores de alma das crianças que, ao ouvir as histórias contadas por seus avós, se sentirão inteiros. E assim a vida segue, em ciclos.
Para encerrar, trouxe o relato de um momento da sua infância com seu avô, o ensinando a ouvir o rio. E, como um rio, não podemos ficar parados se lamentando. Temos que seguir sempre adiante, mesmo com as dificuldades e obstáculos que encontramos no caminho.
Pois em água parada, crianças não se divertem, não há vida, tudo morre. O rio apodrece. Temos que ser água corrente. Sejamos sempre o rio que corre.
Em seguida, na segunda palestra desta manhã, a Dr.ª Nádia Ivanov e a Dr.ª Carina Sousa Elias apresentaram sobre as contribuições da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia para o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista, falaram sobre recursos e adaptações que promovem maiores oportunidades de concretização das potencialidades de cada aluno.
E, especialmente, trouxeram várias dicas de atividades e sugestões práticas de abordagens para o dia a dia dos Educadores com estudantes com TEA, melhorando a interação e o aprendizado dos alunos.
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