Informativos - 05/06/2025
Nesta quinta-feira, 05 de junho, a APROFEM participou ativamente da Audiência Pública realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, que reuniu Diretores afastados, Professores, Estudantes, Pais e Lideranças da comunidade escolar. O encontro foi convocado para debater os afastamentos arbitrários promovidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME), que vêm atingindo profissionais reconhecidos por seu compromisso e trajetória nas Unidades Educacionais.
Durante a audiência, os Diretores afastados fizeram discursos emocionados, denunciando os prejuízos causados pela atual Gestão Municipal, marcada pela precarização do serviço público e pela ausência de diálogo com as comunidades escolares.
Entre as falas mais impactantes, destacou-se a do estudante Vinícius, presidente do Grêmio da EMEF Rui Bloem:
“Esses diretores não são números. São Educadores com história e trajetória, que conhecem seus alunos, suas comunidades, suas realidades.”
E completou com firmeza:
“Esses Diretores não são lixo para serem reciclados. O que precisa ser reciclado é esse modelo de gestão autoritária e tecnocrática, que trata a escola pública como uma empresa falida.”
Pais de alunos também deram testemunhos comoventes. Uma mãe de três filhos, matriculados na EMEF Ibrahim Nobre, destacou o papel essencial do diretor Leonardo no desenvolvimento da filha:
“Hoje minha filha participa da Olimpíada de Matemática e está se preparando para cursar a ETEC. Gratidão!”
Outra mãe protestou contra a falta de recursos nas escolas:
“Você sabe o que é mandar seu filho para a escola e ele não ter um papel para usar? E o diretor, que o prefeito quer afastar, é quem tira dinheiro do próprio bolso para comprar papel!”
A Prof.ª Margarida Prado Genofre, vice-presidente da APROFEM, também se emocionou ao discursar. Para ela, o engajamento de estudantes e famílias é a prova de que ainda há esperança para a Educação Pública. A vice-presidente da APROFEM também denunciou o trâmite atropelado da Lei nº 18.221/2025, que trata da reorganização da Rede:
“ O Prefeito envia um projeto sem qualquer vínculo com a Educação, aprova em primeira votação e, no mesmo dia, apresenta um substitutivo eivado de inconstitucionalidades, sem sequer passar pela Comissão de Educação.”
E concluiu:
“A APROFEM está e continuará ao lado da comunidade escolar, oferecendo toda a sua estrutura para amplificar esse movimento de resistência.”
Ao fim da audiência, foi determinado que a Prefeitura de São Paulo deverá prestar esclarecimentos à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Município, que já solicitou informações sobre o projeto — apontado como uma possível tentativa de privatização disfarçada da Rede Municipal de Ensino.
A APROFEM segue firme, em luta e vigilante, contra decisões autoritárias que atentam contra a autonomia das Unidades Educacionais e a qualidade da Educação Pública.
APROFEM