^{Editorial Jornal APROFEM - Setembro/Outubro 2018}

Aproximando-se a data das eleições brasileiras majoritárias, é sintomático e facilmente detectável o clima de indecisão que campeia no imaginário de significativa parcela da população.

O principal desafio deverá ser a opção pelo populismo ou pelo reformismo, em especial no seu voto para Presidente da República. Para os servidores públicos conscientes, a questão se afigura ainda mais desafiadora e complexa.

Para além de convicções ideológicas e simpatias partidárias, a opção pelo reformismo configurar-se-á na resignação e aceitação do inexorável ataque que advirá da reforma previdenciária geral e das reformas análogas setorizadas (Previdência Municipal/SAMPAPREV, no caso da Capital). Todos os candidatos identificados como reformistas já sinalizaram para a prioridade das reformas previdenciária e tributária.

No campo do populismo, encontram-se os figuradamente denominados "messias", navegando no arraigado sentimento de desencanto, decepção e imediatismo da maioria da população. Em um extremo, legalmente impossibilitado de concorrer diretamente, o expoente é publicamente o mentor e faz-se representar pelo ex-prefeito da Capital que, no apagar das luzes da sua gestão, rompeu o seu compromisso assumido com os servidores municipais e devolveu à Câmara Municipal o Projeto de Lei da Previdência Municipal/SAMPAPREV que fora retirado, mercê da nossa pressão. Como ter esperança de que passará a nos ouvir, na contramão do capcioso processo de vilanização e desconstrução da relevância da atuação do servidor público junto à população?

No outro extremo, um populista que demonstra o não domínio de conceitos de economia e outros aspectos relevantes das políticas públicas, que expõe divergências com o economista que escolheu para estruturar a sua plataforma eleitoral para os aspectos econômicos, e ainda assim prega uma Reforma da Previdência gradual e com foco nos servidores públicos. Como acreditar que seu encaminhamento será menos prejudicial para os servidores?

Essas considerações são tecidas com o propósito de contribuir para que os interessados ponderem acerca das difíceis escolhas a serem feitas, conscientes de que os aspectos aqui destacados não são os únicos a serem necessariamente levados em consideração, mas que primam pela sua relevância para os servidores públicos em geral.