Geral - 08/06/2017
Editorial Jornal APROFEM - Mai/Jun 2017
A população brasileira tem acompanhado, estupefata, a ópera bufa em que se converteu o já anteriormente conturbado e maculado tecido político do país, após as denúncias da JBS.
A opinião dos analistas sobre a situação do atual Presidente da República é da insustentabilidade de seu status e da sua permanência no cargo. Descartada por ele (até agora!) a grandeza da renúncia, as especulações sobre a forma mais ágil de tirá-lo do poder correm soltas.
Para manter-se no cargo, visando a manutenção do seu foro privilegiado e desconsiderando o estrago que tal decisão causa à imagem do País, a principal estratégia do Presidente é procurar demonstrar ao mundo econômico (empresários, banqueiros, investidores etc. que desejam as reformas que onerarão o povo e os enriquecerão ainda mais!) e convencer esse mesmo povo (apostando na sua ingenuidade ou alienação) que só ele poderá assegurar a aprovação das reformas em tempo hábil, antes da efervescência eleitoral de 2018. A expectativa dos que acompanham os fatos com consciência é que esse devaneio seja desmistificado urgentemente, para que se encontre saídas para a crise.
Nas edições anteriores deste Jornal a APROFEM apontou, à exaustão, alternativas para solucionar o alegado déficit previdenciário sem prejudicar ainda mais o trabalhador brasileiro. A Entidade engajou-se nas manifestações de resistência às reformas e, dentre outras medidas, idealizou o movimento Corrente de Resistência às Reformas, reconhecido por provocar o envio de milhares de mensagens aos congressistas repudiando as reformas.
No fechamento desta edição, a situação permanece indefinida: da inviabilidade da aprovação de qualquer reforma, passando pela alternativa de "suavização" da reforma previdenciária (restrita à implantação da idade mínima, apenas como uma sinalização positiva à comunidade econômica) e até a retomada da tramitação das reformas nas casas legislativas, tudo ainda pode acontecer.
A APROFEM publica, nesta edição, uma matéria contendo simulações de aposentadorias, a partir do texto resultante do relatório da Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Entretanto, de todo o exposto, nada deve ser considerado como definitivo ou, sequer, muito provável, nos dias de hoje.
Prof. Ismael Nery Palhares Junior - Presidente