Geral - 05/12/2017
Editorial Jornal APROFEM - Nov/Dez 2017
É fato deveras conhecido que a acachapante derrota imposta pelo atual Prefeito aos demais pretendentes ao posto de alcaide, deveu-se à inexpressividade e à incompetência dos concorrentes, aliada ao seu bordão de "não ser político".
A recente resposta dos seus auxiliares ao Fórum de Entidades Sindicais (Ofício nº 466/SMG/2017 - "Resposta da SMG e do IPREM ao ofício do Fórum de Entidades Sindicais, do dia 29/09/2017" - ver matéria "Questões que afligem os Servidores Municipais" da Edição Nov/Dez 2017 do Jornal APROFEM) é emblemática: essa gestão municipal resolveu apostar na demonização dos seus servidores, seguindo a estratégia da esfera federal e de alguns estados, procurando incutir no imaginário do restante da população que tratar condignamente o agente público implicará em desrespeito e prejuízo para os munícipes, "retirando recursos para os serviços públicos essenciais e comprometendo a vida de milhões de paulistanos".
Em nome dos servidores públicos municipais que honrosamente representamos, deploramos essa estratégia e os propósitos sinalizados no referido documento.
Um gestor responsável ponderaria melhor acerca dos efeitos da inconsequente afirmação de que "Estudo da Secretaria da Fazenda do Município estima que a partir de 2019, mantidas as tendências atuais, a PMSP correrá o risco de ser obrigada a efetuar o parcelamento dos compromissos da Folha de Pagamento de Ativos, Inativos e Pensionistas, conforme já ocorreu em outros entes federativos, tais como nos Estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul". Equiparar-nos a entes federativos em situação falimentar, contaminando dezenas de milhares de agentes públicos ativos e inativos, além dos pensionistas, com sentimentos de preocupação e desespero, constitui-se em flagrante desserviço não só para esses, mas sim para toda a população usuária dos tais serviços públicos essenciais. Poderíamos ter sido poupados desse arremedo de blefe, seguido de flagrante contradição ao se assegurar que a Capital está adimplente, comprometendo apenas 38,77% nas despesas com pessoal, quando a LRF estabelece limites a partir de 54% para alerta e prudência.
Conforme nossa manifestação na frente do seu Gabinete, no Viaduto do Chá, no dia 27 de outubro passado, em ato promovido pelo Fórum de Entidades Sindicais, reiteramos o nosso repúdio à nefasta política salarial até aqui praticada; à sub-reptícia ameaça de subtrair conquistas dos Profissionais de Educação e de outras categorias que já sofreram reestruturações; à sinalização para iminente majoração dos descontos previdenciários obrigatórios e instituição de desconto compulsório para o HSPM que, somados, comprometeriam expressiva parcela dos já defasados salários municipais; às tentativas de mudanças, sem negociação de fato com as Entidades Representativas, no sistema previdenciário municipal (IPREM/SAMPAPREV) e à sinalização para a institucionalização da terceirização e parceria com redes conveniadas, que espoliam os recursos carimbados da Educação e da Saúde. Informamos também que a APROFEM sempre defendeu e defenderá todos os atos e manifestações que visem beneficiar e garantir as conquistas dos servidores públicos.
Aguardamos reflexão e ponderação. Repeliremos desrespeito e arrogância.
Prof. Ismael Nery Palhares Junior - Presidente