Com os números de ansiedade cada vez maiores na população jovem, notadamente crianças e adolescentes, muito tem se discutido sobre a importância da educação infantil na vida deste grupo, sobretudo pensando nela como fator de proteção contra hábitos que culminam nesse aumento, como o uso de telas e o isolamento social. É na sala de aula, especialmente nos primeiros anos de vida da criança, que se estabelecem as crenças, os valores e que se molda o caráter de um indivíduo, gerando reflexos importantes por toda a sua vida. “Por isso os professores, tanto quanto a família, podem ser uma fonte preciosa de treino dessa musculatura emocional da criança, podendo contribuir positivamente em sua formação”, explica Andréa Aydar, Secretária Geral da APROFEM, além de Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I.  

A Educação Infantil desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma pessoa, não apenas no contexto acadêmico, mas também em termos emocionais, sociais e cognitivos. As primeiras interações da criança com o ambiente escolar, que se dá entre os 0 e 6 anos, são fundamentais para moldar sua forma de pensar, de se relacionar e de lidar com desafios futuros. Esse período, conhecido como a primeira infância, é uma fase de intenso desenvolvimento cerebral, em que o potencial de aprendizagem e a formação de vínculos afetivos são mais acentuados.

Estudos científicos apontam que crianças que recebem uma educação infantil de qualidade têm mais chances de alcançar sucesso ao longo da vida. Um ambiente educativo acolhedor e estimulante, com profissionais qualificados e métodos pedagógicos adequados, impacta diretamente a capacidade de resolução de problemas, a criatividade, a autonomia e as habilidades de socialização das crianças. “Essas competências são essenciais para o bom desempenho acadêmico e profissional, bem como para a construção de relações saudáveis e equilibradas na vida adulta”, reforça Andrea.

A qualidade da educação infantil também tem implicações diretas na igualdade de oportunidades. Investir em uma educação inclusiva e de qualidade para crianças de todas as origens socioeconômicas é um fator determinante para a redução das desigualdades sociais. “Quando bem assistidas desde os primeiros anos, as crianças desenvolvem uma base sólida que as prepara para enfrentar os desafios do ensino fundamental e superior, aumentando suas chances de inserção no mercado de trabalho e de mobilidade social”, completa a Professora. 

Diante deste cenário, é imperativo que governos, escolas e famílias unam esforços para garantir o acesso universal a uma educação infantil de qualidade. O futuro de uma sociedade mais justa, produtiva e saudável começa nas salas de aula da educação infantil. Por isso, políticas públicas robustas e investimentos contínuos são essenciais para promover o desenvolvimento pleno das crianças e, consequentemente, preparar adultos mais bem equipados para os desafios do século XXI. “É o que fazemos na APROFEM há 40 anos, na luta contínua por melhores condições de trabalho para os Profissionais da Educação Municipal e melhor estrutura nas Unidades Educacionais para nossas crianças, além de investir na formação dos nossos filiados, preparando-os adequadamente para serem agentes de formação e transformação da realidade das nossas crianças. Quanto mais cedo isso começa, melhor”, finaliza.