Editorial Jornal APROFEM - Maio/Junho 2020
Especula-se muito a respeito de até quando teremos que conviver com a fase aguda da pandemia da COVID-19, com o confinamento e seu decorrente desconforto, risco enorme de contaminação, estresse generalizado. O oportunismo político, travestido de otimismo, especula com prazos curtos, de dias ou meses.
No outro extremo, opiniões abalizadas lembram as condições econômico-sociais majoritariamente precárias desse Brasil de dimensões continentais, que compromete ou dificulta comparações com o desenrolar da pandemia no restante do mundo. Para esses, a pandemia no Brasil tende a ampliar-se, num quadro sinistro que poderá atingir o seu ápice em agosto ou setembro. Para isso contribuem a indiferença e falta de preocupação de parte da população brasileira, o relaxamento do isolamento social, o virtual colapso do atendimento pela rede pública de saúde/SUS e o espalhamento da pandemia pelo interior, com a expectativa do crescimento significativo de mortes e diminuição da capacidade de atendimento dos hospitais.
Em comum, o fato inquestionável: cada pessoa infectada, sintomática ou assintomática, é potencialmente capaz de contaminar muitas outras, num possível crescimento exponencial da calamidade.
Em São Paulo, no fechamento desta edição, defrontávamo-nos com o seguinte quadro:
- quarentena estendida até meados do mês;
- plano de modulação/flexibilização do isolamento social no Estado, gradual e dotado de controle sistemático, possibilitando avanços ou retrocessos (retomando as restrições na hipótese de recrudescimento de casos e/ou variáveis relacionadas);
- indefinição quanto à retomada das aulas presenciais pelas escolas públicas e privadas (ver matéria nas páginas 1, 5 e 6);
- vigência nacional da Lei Complementar nº 173, trazendo o congelamento de salários e outros prejuízos para os servidores públicos (ver matéria nas páginas 1 e 8).
A APROFEM encarará o desafio de programar-se para continuar proporcionando aos seus filiados tudo aquilo que fez com que a Entidade granjeasse reconhecimento e respeito junto aos servidores públicos municipais: defesa intransigente das conquistas desses servidores e uma irrepreensível gama de serviços de naturezas diversas. Adequando-se ao "novo normal" que a todos espera, promoverá adequações no sistema de atendimento dos seus diversos setores e entabulará tratativas com o Governo Municipal acerca da adequação prudencial dos eventos usualmente presenciais a uma realidade onde se deverá destacar a preservação da saúde dos participantes, dentre outros assuntos relevantes.