Editorial Jornal APROFEM - Novembro/Dezembro 2019

A APROFEM repudia incondicionalmente o anúncio de que o Governo Federal lançará um Canal para que os pais de alunos possam denunciar professores que, em suas aulas, "atentem contra a moral, a religião e a ética da família". Noticia-se que o Canal está sendo formatado pelos Ministérios da Educação e dos Direitos Humanos.

Tal iniciativa afronta as garantias constitucionais às liberdades de manifestação do pensamento, de consciência e de expressão da atividade intelectual, além de escarnecer da liberdade de cátedra.

Parece constituir-se em mais um factoide, da lavra dos incompetentes em assegurar medidas assertivas para atenuar as agruras da população brasileira e pugnar pela harmonia nas relações entre os educadores e os pais/ responsáveis pelos alunos, e que vem se somar às inconcebíveis iniciativas da Escola sem Partido e do projeto que confere aos alunos da rede pública o direito de gravar aulas, "a fim de viabilizar o pleno exercício do direito dos pais de ter ciência do processo pedagógico".

O jornal Estadão foi primoroso ao sentenciar: "A verdade é que, apelar para o denuncismo como instrumento para impor uma visão de mundo padronizada a todos os professores e escolas do País, sob a justificativa de defender a moral, a religião e a ética da família, é uma iniciativa que expressa uma perigosa forma de messianismo e de autoritarismo".

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