^{Notícia publicada em 01/12/2017}

O Seminário de Formação Educacional e Sindical da APROFEM, ocorrido em 23 de novembro de 2017, fechou com chave de ouro a agenda de eventos da APROFEM deste ano.

Com o tema "Missão, Desafios e Competência na Educação", o evento contou com palestrantes renomados e apresentações que deslumbraram os mais de 2 mil participantes.

Todas as atividades do dia foram planejadas de forma a possibilitar a reflexão, abrir caminho para o conhecimento e compartilhar novas práticas para o cotidiano.

A palestra "Diversidade humana: uma abordagem antropológica", apresentada pelo Prof. Dr. Pedro Jaime, abordou aspectos referentes à diversidade humana, com ênfase em questões de raça, etnia, gênero e sexualidade. Iniciando pelo conceito de identidade, enfatizou como as dimensões identitárias têm sido motivo de opressão e estão no centro de importantes debates políticos contemporâneos, não podendo ser ignoradas no âmbito escolar. Prof. Dr. Pedro encerrou a palestra ressaltando que apesar da diversidade ser foco de preconceito, assédio e desigualdade, a diversidade humana é uma das faces da riqueza da humanidade, que permite às pessoas aprenderem com as diferenças.

"Não façamos das nossas diferenças fonte de desigualdades" - Pedro Jaime - Doutor em Antropologia e Sociologia, professor e autor do livro "Executivos negros: racismo e diversidade no mundo empresarial", ganhador do Prêmio Jabuti em 2017.

O tema "A Tecnologia e o desenvolvimento infantil - algo bom ou ruim" foi apresentado pelo palestrante Dr. Rafael Guerra Cintra, médico pediatra e neuropediatra. Conforme Dr. Rafael, a tecnologia produz frutos cujo objetivo é melhorar a qualidade da vida do ser humano. No entanto, é necessário cuidado e atenção, uma vez que a criatura (tecnologia) pode passar a dominar o criador (ser humano). Durante a palestra, trouxe dados de pesquisas internacionais que revelam que o uso abusivo e excessivo de tecnologias como, por exemplo, uso dos smartphones, causa diversos impactos negativos, inclusive para a saúde: ansiedade, alterações no sono, comportamentos narcisistas, depressão e transtornos de personalidade. Explicou que as tecnologias passaram a fazer parte da vida das pessoas e o desafio é conviver com as ferramentas tecnológicas, aproveitando o melhor que elas podem oferecer.

"As tecnologias são como ferramentas. Quanto utilizadas da maneira certa para a tarefa certa, são perfeitas. Precisamos aprender a lidar com as ferramentas tecnológicas, de forma a extrair o melhor delas". - Dr. Rafael Guerra Cintra.

Dr.^a Tânia Paris, fundadora e presidente da ASEC - Associação pela Saúde Emocional de Crianças, trouxe o tema "Comportamentos autodestrutivos - porque ocorrem e como lidar", em que tratou de tópicos complexos, mas que não podem ser negligenciados: suicídio, automutilação e bullying. Considerando pesquisa da Organização Mundial da Saúde - OMS, a palestrante apresentou dados preocupantes: são mais de 800 mil suicídios por ano no mundo, e no Brasil, 32 mortes por dia. Dr.ª Tânia instigou os ouvintes a pensarem sobre os mitos e verdades sobre suicídio, explicou o processo que leva às reações destrutivas, orientou sobre como lidar com tais comportamentos e enfatizou a importância de ajudar quem passa por sofrimentos emocionais, por meio do acolhimento. Sobre o tópico bullying, fez uma reflexão referente às dificuldades usuais em detectá-lo e evitá-lo, lembrando que, muitas vezes, o agressor diminui o outro para se sentir melhor, indicando que pode se tratar também de uma vítima.

"É um ato de amor se aproximar de quem sofre. Alivia e pode fazer a diferença" - Dra Tânia Paris.

Uma apresentação dinâmica, sem deixar o assunto cair na monotonia: assim foi a apresentação em conjunto da Prof.^a Lisandra Cortes Pingo e do Mestre Valdenor da palestra "Ecos ancestrais Vozes brasileiras - Relações étnico raciais e decolonização do currículo". Os presentes puderam entender a dificuldade de cumprimento das determinações da Lei nº 10.639/03 no cotidiano escolar, além de aprenderam mais sobre a trajetória sociocultural do negro no Brasil, resultado de pesquisas e história dos fatos. Em diferentes momentos da palestra, um grupo de capoeiristas encenaram para demonstrar o surgimento de vários movimentos, fatos históricos e, claro, a importância cultural, musical, esportiva e de luta da capoeira.

"A colonização acabou, mas nossa condição colonial ainda permanece. Exemplo da nossa linguagem, muitas coisas do dia a dia que dizemos sem perceber e que reproduz esta relação de condição colonial. "Vou clarear, vou esclarecer", são frases no sentido de melhorar e, em contrapartida, "denegrir, deixar negro para sinalizar tudo que é pior."

A Prof.^a Fábia Barros apresentou a palestra "Resgate seu talento e empregue-o no seu dia a dia", instigando a plateia a responder questões que indicam a responsabilidade que cada pessoa tem em relação à própria vida e às suas escolhas. "Quem é você quando está sozinho? O que você pensa sobre você? Sua atuação no dia a dia com o outro é verdadeira? O quanto você tem hoje de responsabilidade pelo resultado da sua vida? O quanto coloca o resultado da sua vida na mão do outro?"

Durante a palestra, envolvente do começo ao fim, a prof.^a Fábia Barros trouxe diversos exemplos práticos de hábitos do cotidiano que atrapalham a prosperidade, como, por exemplo, as reclamações - que são porta de entrada para um mau humor constante. Explicou a origem da palavra reclamar (re-clamar = clamar duas vezes por algo) e apresentou dados de pesquisas científicas que revelam que quanto mais as pessoas reclamam, mais atraem o que é indesejável.

"A pessoa alegre atrai muito mais oportunidades. Ela não é alegre porque é próspera, mas é próspera porque é alegre. As pessoas gostam de estar próximas de quem tem bom humor e é feliz." - Profa Fábia Barros, psicóloga pós-graduada em Administração - RH e especialista em Coaching.

Quanto às apresentações artístico-musicais, todas contribuíram para tornar o dia ainda mais especial.

A "Original Jazz Band" desceu literalmente do palco para tocar no meio dos presentes, e entre uma música e outra, João Batista, maestro e líder da banda, contou a história dos instrumentos que compõem a formação das bandas de Jazz do início do século XX.

Graça Cunha e Trio fez uma encantadora apresentação, contando com a brilhante solista e um trio de mulheres talentosas nos instrumentos. A voz deliciosa e potente de Graça brindou a todos com interpretações de Tom Jobim, Toquinho, Rita Lee, Djavan, Ivan Lins, Gilberto Gil, entre outros.

Em breve, disponibilizaremos materiais, vídeos e fotos do evento. Aguarde!